quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Sobre Teresa Cristina de Bourbon (reimpressão)

Abaixo, você conhecerá um pouco sobre essa imperatriz que deu vida à obra que lançamos em 2014 e que acaba de ser reimpressa.




  A história de uma imperatriz que não segue as características das donzelas dos contos de fadas tradicionais. Teresa Cristina de Bourbon não era dotada de “encantos femininos”, vivia à sombra do marido e era culturalmente medíocre. Ou, pelo menos, é assim que sua imagem nos é passada na historiografia antiga.
   De origem italiana, a até então princesa do Reino das Duas Sicílias foi escolhida para se casar com o imperador brasileiro Dom Pedro II. Dizem os relatos que ele, que só a conhecia por retrato e a achara muito bela, sentiu-se enganado e esboçou lágrimas quando viu sua imperatriz desembarcar no porto carioca, estando os dois já casados por procuração. Não havia fidelidade entre a imagem da mulher do retrato e a que ele viu pessoalmente. Por sinal, Teresa era três anos mais velha que o imperador.
   Porém, não é por esse caminho que o livro de Aniello Angelo Avella irá. “Teresa Cristina de Bourbon: uma imperatriz napolitana nos trópicos 1843 – 1889” (EdUerj) pretende mostrar o significado histórico que esse casamento e até mesmo, que a própria imperatriz trouxeram para o Brasil da época. Assim como algumas de suas contribuições que permanecem até os dias de hoje. Avella cita Heitor Lyra que reconhece ser impossível saber a verdade sobre o primeiro encontro de Dom Pedro II com sua esposa. Lyra chega a atribuir a origem da maledicência à delegação austríaca no Rio que teria ficado aborrecida com a forma como o casamento foi concebido.
    Apaixonada pelas artes, a imperatriz era dona de uma voz harmoniosa, além de trazer artistas italianos para o Brasil e promover escavações. É, graças a ela, que o Brasil possui hoje a maior coleção de arqueologia clássica da América Latina. Teresa Cristina também apoiou a política de migração italiana no final do século XIX, um momento em que a escravidão brasileira era abolida e a necessidade de mão de obra livre em terras brasileiras aumentava.
  Os ventos de mudança trouxeram instabilidade à monarquia e ameaçado por ideais republicanos,  o império de Dom Pedro II ruiu e deu lugar à primeira república brasileira.  Um dia depois, toda a família imperial partiria para o exílio em Lisboa. Passado cerca de um mês, Teresa Cristina morre em decorrência de um ataque cardíaco.
   Após 46 anos ao lado de Teresa Cristina, viúvo, o monarca decidiu fazer uma doação ao Brasil que seria uma das provas mais concretas do significativo intelecto de sua esposa: D. Pedro II doou quase 50 mil peças de Teresa, entre elas, livros, documentos, fotografias e outros objetos pessoais e também exigiu que o acervo se chamasse “Coleção Teresa Cristina”. Esta se encontra no Rio de Janeiro. Em parte, na Biblioteca Nacional e uma outra porção no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

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