Qual o papel do futebol
na autoimagem do brasileiro? Desde quando se atribui à seleção brasileira a
missão de “defesa da honra nacional”? Por que se aprende desde criança que o
Brasil é “o país do futebol”?
Investigar qualidades supostamente
inatas do Brasil não seria possível sem analisar os momentos em que a Seleção
Brasileira consolidou-se como paixão comum de todas as classes sociais. Esse olhar
crítico é a proposta de Copas do Mundo:
comunicação e identidade cultural no país do futebol, organizado pelos
professores Ronaldo Helal e Alvaro do Cabo.
O lançamento da EdUERJ reúne
15 pesquisadores que apresentam ensaios sobre nove Copas do Mundo e uma
Copa das Confederações, eventos selecionados principalmente pelo critério da
dimensão simbólica de seus resultados na imprensa e na sociedade brasileira.
Cada capítulo enfoca um período importante de nossa memória esportiva,
incluindo, claro, a derrota espetacular na Copa de 1950 e as cinco Copas do
Mundo conquistadas pelo Brasil.
Ao analisar diferentes
recortes temporais, o livro também trata do legado de cronistas como João
Saldanha, Armando Nogueira, Nelson Rodrigues e ainda Gilberto Freyre. Este, com
a crônica “Foot-ball mulato” – publicada dois dias antes da final da Copa de
1938 –, tornou-se o primeiro intelectual a relacionar o estilo de jogar da seleção
brasileira aos traços culturais nacionais.
Copas
do Mundo: comunicação e identidade cultural no país do futebol
oferece uma viagem no tempo e uma reflexão sobre nossa memória. Recomendado
para os estudiosos de comunicação, sociologia ou história. E para todos que
desejam entender o futebol além das quatro linhas.
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