quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O futuro do livro é novo e livre (Seminário Fiocruz - parte 1)

Como vamos autografar um livro digital?
No dia 8 de novembro, como parte do seminário em homenagem aos 20 anos da Editora Fiocruz, duas palestras movimentaram o evento: a do editor executivo da EdUERJ, professor Italo Moriconi, e a do coordenador do Programa SciElo, Abel Packer. Como coordenador da mesa, participou Domício Proença, imortal da Academia Brasileira de Letras.

Abel Packer iniciou o encontro, ressaltando o fato de que o Programa SciELO agora também inclui livros em sua plataforma digital. Em seguida, expôs sua visão sobre o momento atual do livro:

- O que importa é o conteúdo e não o suporte em que ele está. Com o material corretamente formatado, é possível ler na China ou em qualquer lugar. O livro é uma entidade de transmissão de conhecimento e, como uma entidade em si, liberta-se do suporte do papel. 

Em termos de produção científica mundial, ele detecta que um dos problemas das editoras universitárias brasileiras está na língua portuguesa, e da pouca visibilidade desta na web.

Para o professor Italo Moriconi, embora o futuro do livro acadêmico passe pela questão digital, “a pessoa que está terminando sua pesquisa ou mesmo a que está fazendo um doutorado, em determinados momentos vai precisar do livro impresso como suporte”.

E acrescenta citando uma distinção:

- As pessoas ainda valorizam o livro e o jornal impressos. Uma coisa é ser viral na internet, outra é ser uma referência na mídia impressa.

Para ele, o panorama atual é de transição:

- O digital ainda não deslanchou. É uma tendência que ainda vai crescer, mas no Brasil a velocidade é menor. O problema é a quantidade de leitores e também de acesso ao computador. O digital implica uma mudança civilizacional. É uma mudança antropológica, o timing ainda não dá para prever.

Em seu aparte, Domício Proença Filho citou o fato de muitas vezes uma tiragem de 3.000 exemplares demorar anos até se esgotar, em se tratando do mercado editorial brasileiro. Observou a realidade digital, em que é possível conter uma biblioteca dentro de um tablet. Também aludiu às novas gerações, que crescem acostumadas às linguagens dos computadores.

Otimista, trouxe uma perspectiva:

- Hoje o mercado está exigindo a presença da língua portuguesa, ela está tentando aparecer.

E finalizou as atividades do dia citando o poeta espanhol António Machado:

- O caminho se hace al andar

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